sábado, 28 de agosto de 2010

Estrelismo



Na magia do palco
"Sou uma pessoa adaptavél, faço pequenas exigências, mais nunca por estrelismo e sim por necessidade". ( Ana Botafogo)
Afinal de contas o que é estrelismo? E de onde vem sua raiz?
Esta semana andei me perguntando de onde surge este sentimento ou nós artista, os nossos "pitis", queixumes, a nossa falta de noção, de auto-conhecimento, que raiz é esta que impaca qualquer obra de arte de continuar seu fim? Descobri primeiro que o homem é este mistério e que nada sei de mim ainda mais do que o outro, este ser mais profundo do que uma simples reflexão pode definir.
Uma das coisas que ficou muito clara a partir de várias experiências pessoais nos últimos tempos, é que quando percebemos que a nossa auto-identificação está no desejo que fazemos e nos dons artísticos que exercemos, ergue-se dentro de nós uma desejo muito grande de super valorizarmos esta pseudo e superficial imagem do "artista" que precisam para contemplar a beleza. Acredito e considero que somos estes agentes do belo e dom e que através de nós reflete as nuances variadas de cores, movimentos, música e poesias, mas achamos que somo insubstituivelmente o único e absoluto valor da arte! Não acreditamos que outro pode fazer melhor do que eu, temos nossa imagem como "A imagem" que pode ser usada de qualquer jeito, demostrando total baixa-estima e insegurança do que nó somos.
Há uma impressionante projeção no que fazemos, que muitas vezes até deixamos de entender as habilidades como profissional e a elevamos como identidade; Resultado, nos relacionamos a partir dela, ela acaba sendo o nosso valor, perco opertunidades de ter a minha arte como dom, como expressão do meu pensamento e pior de tudo, perco o sentido ontológico do fazer artístico, porque muitas vezes por pura imaturidade e falso conhecimento próprio, pego a minha e enfio no bolso retendo para os meus próprios interesses.
É o que aconteceu com os artistas nos decorrer dos destes anos, foram se divorciando da Igreja e vendendo sua arte por preços tão baixos de cachês absurdos da fama inviabilizando
qualquer produção artísticas, e perdendo a graça do grande valor da gratuidade dos louvores em praça pública onde éramos doidos para sermos chamados, de teatros de Rua, das apresentações na sexta-feira da paixão onde todos os artistas seculares por tradição abandonava seus palcos e encenavam a Paixão de Cristo como tradição e respeito.
A este respeito, o Papa João Paulo II fala em sua carta aos Artistas:
"Com esta Carta dirijo-me a vós, artistas do mundo inteiro, para vos confirmar a minha estima e contribuir para o reestabelecimento duma cooperação mais profícua entre a arte e a Igreja. Convido-vos a descobrir a profundeza da dimensão espiritual e religiosa que sempre caracterizou a arte nas suas formas expressivas mais nobres. Nesta perspectiva, faço-vos uma apelo a vós, artistas da palavra escrita e oral, do teatro e da música, das artes plásticas e das mais modernas tecnologias da comunicação. Este apelo dirijo-o de modo especial a vós, artistas cristão: A cada um que queira recordar que a aliança que sempre vigorou entre o Evangelho e arte, independentemente, das exigências funcionais, implica o convite a penetrar, pela situação
criativa, no mistério de Deus encarnado e contemporaneamente no mistério do homem".
Cada ser humano é, um mistério de si mesmo. Jesus Cristo não se limita a manifestar Deus, mas "revela o homem a si mesmo".(23) Em Cristo, Deus reconciliou consigo o mundo. Todos os crentes são chamados a dar testemunho disto; Mas compete a vós, homens e mulheres que dedicastes a vossa vida à arte, afirmar com a riqueza da vossa genialidade que, em Cristo, o mundo está redimido: Está redimido o homem, está redimido o corpo humano, está redimida toda criação inteira, da qual S. Paulo escreveu que "aguarda ansiosa a revelação dos filhos de Deus" (Rm 8,19). Aguarda a revelação dos filhos de Deus, também através da arte e na arte. Esta é a vossa tarefa. Em contacto com as obras de arte, a humanidade de todos os tempo-também a de hoje-espera ser iluminada a cerca do próprio caminho e destino.
Qual é a real necessidade destes homens cheios de mistério e grandeza, aonde está o nosso valor, aonde está o sentido da nossa arte? Fica para nós esta pergunta, e uma grande tarefa de exercer o oficio apaixonante do artista.
Milza Gama................(comunidade católica shalom)...................

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