domingo, 29 de agosto de 2010

Vestido de Noiva

Não! Este artigo não se trata da famosa peça de Nelson Rodrigues com o
mesmo nome. plo contrário. Falo de outro vestido, de noiva, de outra mentalidade. Falo de uma foto. Em primeiro plano, a noiva. Vestido simples, sem bordados. Grinalda simples e longa. Bouquet simples, poucas flores, todas brancas. Maquiagem imperceptivél. Incrivélmente bonita, já que, não fosse sua por sua expressão de alegria interior, seria uma pessoa feia. Sorriso imenso, feliz, tem o braço direito estendido pouco ao alto, como a mostrar o bouquet. Sob o vestido, quase sem querer, aparece o pé esquerdo, a denunciar um gesto meio de dança, meio de brincadeira, com quem está a fazer uma reverência. Isso memso. Foi uma foto espontânea, não posada. Em segundo plano, Um garoto. Daqueles simples, talvez um convidado intruso. Meio de costas para anoiva,parece que só está ali para denunciar:é verão!. O menino cumpriu sua missão. Aparece ali
não porque é pajem, irmão, padrinho ou convidado. Aparece somente pra dizer: "Vejam, é verão!
Você há de estar se perguntando: e o que seria tão importante acerca do verão para justificar uma missão especial para intrometido? É que a noiva, em primeiro plano, sim, a noiva da foto-pasmem!- está de mangas ( sim, seu vestido tem duas mangas!) compridas. Daquelas que vêm até o pulso. E vejam que não são transparentes. O decote- pasme, novamante- é rente o pescoço> Tudo é tão especialmente diferente do que hoje chamamos de noiva que cada detalhe chma atenção. O maior dos detalhes, porém, transcende a foto: a noiva da foto é uma santa. Santa Gianna, recém casada com seu Pietro, a sonhar, alegremente, com seus quatros tesouros que haveria de vir.
Ao contemplar esta foto , meu pensamentos vieram com uma onda após a outra. Primeiro: "Puxa, como ela primou pela exaltação da castidade, da virgindade!" Segundo: "Ela já era santa!"( como se santos fizessem em um estalar de dedos). "Terceiro: " Já pensou se o vestido dela fosse sem mangas, sem ombros, sem nada acima da linha dos seios, sem exaltar castidade? já pensou se as costas fossem nuas até a cintura, a maquiagem carregada, a grinalda como uma côroa da Rainha de sabá? Já pensou se o vestido fosse um brilho só, se o bouquet lhe fosse até os pés? Como é que agente ia ter coragem de mostrar o retrato da santa?"Quarto: "Bom agente ia dizer que ela tinha se convertido depois e que só depois tinha aderido a castidade." Quinto:"Valha-me Deus, como foi meu vestido de noiva?"
Pois é. A santa vestida de noiva, exalta a castidade em seu vestido de mangas compridas apesar do pleno verão italiano. Exaltava aí e exaltaria depois, durante toda a sua vida de casada, como se vê pelas cartas que troca com seu Pietro. Esta santa não diaria que no quarto casal, entre quatro paredes, tudo era permitido. esta, não pensaria em transformar seu leito conjugal em um leito de motel. Não pensaria em usar roupas íntimas pornô para excitar o seu pietro. Não pensaria em preservativos ou comprimidos anti-consepcionais. Não pensaria em laqueadura de trompas aquela que não pensou em retirar seu feto para livrar seu útero.
Posso está errada. Mas hoje, quando vejo as noivas desnudas, maquiadas como atrizes de tv, a arrastar seus carissímos e quilométricos bouquets, a se esbaldarem de beber em suas festas de casamento, não posso deixar de pensar o que consideram castidade conjugal, em que seriam capazes de transformar seu leitos, suas alcovas conjugais, como se dizia antigamente. Não posso deixar de me perguntar em que estariam disposts a transformar suas famílias, seus corpos e os corpos do seus maridos. Não estou certa de a conotação dariam a este possessivo "seu" marido, "seu" quarto, "seu filho. Temo que, distorcidaa as idéias, viriam a dizer que, sendo seu o corpo e seu o filho, sendo seu o leito e seu o marido, podem dispor deles como bem quiserem. E isso seria o avesso do vestido da noiva da foto e de tudo o que, canonizando-a, a Igreja no quer dizer.
Maria Emmir Oquedo Nogueira..................................

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